terça-feira, 7 de abril de 2015

Primavera



Bom é sentir que tu esculpes meu relevo sentimental.

Teu intemperismo amoroso dá forma ao que sinto.

Faz brotar flores no jardim da minha alma.

Seja bem-vinda, Primavera.

Obra de Arte



Nova vida surge na tela do meu ser;


Dás textura àquilo que tenho no peito,


E faz emanar de mim outros tons e nuances.


Tens o poder de materializar a palavra e o sentir que trago no íntimo.


A paleta de cores deste pintor de sonhos se completa.


Só contigo sou capaz de pintar quadros do nosso futuro.





És meu arco-íris.

A Perspectiva do Amor



Ultimamente parei para pensar na forma com que vemos e aceitamos as pessoas. Possivelmente editarei mil vezes este texto com novos pensamentos, mas... Vamos lá. Para quem não sabe, eu sou Cristão Católico, e temos uma música antiga que fala que devemos “Amar como Jesus amou...”. Como Jesus amou – e ama – as pessoas? Como Ele olhava – e olha - para as pessoas? O que Ele sentia – e sente - em relação a elas? Pois bem, tentando utilizar a perspectiva de Jesus, notei que costumamos julgar as pessoas pelo presente em que se encontram, esquecendo que temos a nossa frente alguém com passado e – o mais importante aqui – com um futuro.


Para continuarmos nossa linha de raciocínio, convido você a pensar na pessoa amada. Como você a vê? Pensou? Agora, posso tentar resumir como você a vê? Então, vamos lá: Você reconhece que esta pessoa tem defeitos, mas exalta os pontos positivos dela, afinal, você a ama. O sentimento não é recíproco? Não tem problema! Você tem plena certeza de que a pessoa mudará no futuro e o amará igualmente. Você tem por óbvio que esta é a pessoa da sua vida e nada o fará esquecê-la. Você aceita o fardo da espera. Você faz dos erros desta pessoa - erros que se fossem de outra pessoa, talvez nem os perdoaria – perdoáveis. E você perdoa. Você cria expectativas e planeja a sua vida para agradar a pessoa amada.


O amor exige espera e exige perdão. Só depois da espera e do perdão que a simples admiração torna-se amor, e quanto mais se perdoa, mais o amor se fortalece. Já dizia Camões que o amor “é um contentamento descontente, e é dor que desatina sem doer...”. Optamos pela espera e por essa tal dor que desatina, mas não dói; por contentarmo-nos mesmo estando descontentes. Nosso amor humano é falho e doentio, porém esse nosso ‘amar cegamente’ é o que de melhor podemos fazer por alguém na vida. Cristo amou – e ama –, só que Ele, pela vontade do Pai, quis a morte, e morte de Cruz. Sofreu a Cruz para que pudéssemos ressuscitar com Ele.





Voltando à frase da música, “amar como Jesus amou” é isso: Mudar nosso modo de ver o próximo, pois a nossa frente está alguém passível de mudança. Amar e reconhecer o amor transformador de Cristo em nossa vida (se você não O ama, fica a dica). Canalizar os sentimentos de forma pura e não doentia sobre a pessoa amada; concentre-se em, livremente, amá-la. Amar livremente é fazer-se livre dos amores.

Reticências

Minha existência é reticências; minha mente é interrogação; minha alma é exclamação.